Não é possível pensar na prática docente sem pensar na pessoa do professor e em sua formação, que não se dá apenas durante o seu percurso nos cursos de formação de professores, mas durante todo o seu caminho profissional, dentro e fora da sala de aula.
É preciso que este profissional tenha tempo e oportunidade de familiarização com as novas tecnologias educativas, suas possibilidades e limites para que, na prática, faça escolhas conscientes sobre o uso das formas mais adequadas ao ensino de um determinado tipo de conhecimento, em um determinado nível de complexidade, para um grupo específico de alunos e no tempo disponível.
As atividades de narrativa oral e de escrita não estão descartadas. A diferença didática não está no uso ou não uso das novas tecnologias, mas na compreensão das suas possibilidades.
A apreensão do conhecimento na perspectiva das novas tecnologias eletrônicas de comunicação e informação, ao ser assumida como possibilidade didática exige que, em termos metodológicos, também se oriente a prática docente a partir de uma nova lógica.
A solução real está em compreender este novo mundo com uma nova lógica, uma nova cultura, uma nova sensibilidade, uma nova percepção. Não mais, apenas a perspectiva estrutural e linear de apresentação e desenvolvimento metodológico do conteúdo a ser ensinado; nem tampouco, a exclusiva perspectiva dialética.
Uma outra lógica, baseada na exploração de novos tipos de raciocínios nada excludentes, em que se enfatizem variadas possibilidades de encaminhamento das reflexões, e se estimule a possibilidade de outras relações entre áreas do conhecimento aparentemente distintas.
Neste sentido, a dinâmica da sala de aula em que alunos e professores encontram-se fisicamente presentes também se altera. As atividades didáticas orientam-se para privilegiar o trabalho em equipe, em que o professor passa a ser um dos membros participantes. Nestas equipes, o tempo e o espaço são o da experimentação e da ousadia, em busca de caminhos e de alternativas possíveis, de diálogos e trocas sobre os conhecimentos em pauta, de reciclagem permanente de tudo e de todos.
As tecnologias redimensionaram o espaço da sala de aula em, pelo menos, dois aspectos:
- O primeiro, diz respeito aos procedimentos realizados pelo grupo de alunos e professores no próprio espaço físico da sala de aula. Neste ambiente, a possibilidade de acesso a outros locais de aprendizagem – bibliotecas, museus, centros de pesquisas, outras escolas – com os quais alunos e professores podem interagir e aprender, modifica toda a dinâmica das relações de ensino-aprendizagem.
- Em um segundo aspecto, é o próprio espaço físico da sala de aula que também se altera.
Deslocamentos são necessários, momentos dos alunos diante das máquinas alternam-se com momentos em que discutem em equipe os resultados de suas interações com o ambiente tecnológico e ainda, com outros momentos em que refletem ou se concentram em atividades isoladas, sem os recursos tecnológicos.
A rotina da escola também se modifica. É necessário uma reorientação dos professores, e da sua carga horária de trabalho. Esta última precisa incluir o tempo em que os educadores pesquisam as melhores formas interativas de desenvolver as atividades, fazendo uso dos recursos multimediáticos disponíveis.
E ainda, incluir um outro tempo para a discussão de novos caminhos e possibilidades de exploração desses recursos com os demais professores e os técnicos, e para refletir sobre todos os encaminhamentos realizados, partilhar experiências e assumir a fragmentação das informações, como um momento didático significativo para a recriação e emancipação dos saberes.
A apreensão do conhecimento na perspectiva das novas tecnologias eletrônicas de comunicação e informação, ao ser assumida como possibilidade didática exige que, em termos metodológicos, também se oriente a prática docente a partir de uma nova lógica.
Uma outra lógica, baseada na exploração de novos tipos de raciocínios nada excludentes, em que se enfatizem variadas possibilidades de encaminhamento das reflexões, e se estimule a possibilidade de outras relações entre áreas do conhecimento aparentemente distintas.
A tecnologia da informação está presente, de forma muito abrangente, permeando todas as etapas do trabalho docente, iniciando pela automação do acervo de uma biblioteca, até a universalização e democratização de acesso aos conhecimentos e interação via web.
Um novo desafio se apresenta aos profissionais docentes: eles devem fazer com que seus alunos aprendam a buscar o conhecimento e, por conseguinte, que saibam formulá-los e reformulá-los.
A preparação docente frente ao uso das tecnologias educacionais precisa ir além da capacitação meramente instrumental e aprofundar uma formação de cunho epistemológico a fim de desempenharem seu papel com competência.
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